ROMAN POLANSKI:
PRIMEIRAS OBRAS
26 de outubro . 21h30
Cinema Charlot – Auditório Municipal
Roman Polanski
Polónia, 1957–1961, 51 min., M/12
É difícil qualificar Roman Polanski. O conjunto eclético do seu trabalho vai desde a criação de algum do melhor cinema de autor europeu à paródia camp; de thrillers de Hollywood recordistas de bilheteria a peças literárias de época; de filmes históricos prestigiados a adaptações contemporâneas de peças de teatro. Ao mesmo tempo, a sua tumultuosa vida pessoal é marcada por atrocidades de guerra, horrendos homicídios coletivos, uma condenação judicial, a fama global, grandes amores e o exílio. Atravessando tudo isto – e conquanto o plano pessoal e o profissional possam mutuamente sobrepor-se e influenciar-se – o cinema de Polanski permanece notavelmente consistente no estilo, temas, preferências narrativas e, na maior parte, nos resultados finais.
ESTRAGAR A FESTA
1957, 8'
Polanski experimenta com o “cinéma vérité”, filmando a vida tal como ela acontece, mas só depois de estabelecer o conflito e de permitir que a agressão externa viole um complacente e autónomo sentimento de segurança.
DOIS HOMENS E UM ARMÁRIO
1958, 15'
Em “Dois Homens e um Guarda-Roupa”, que trouxe reconhecimento a Polanski e arrecadou cinco prémios em festivais internacionais, uma força externa perturba um grupo geralmente passivo, quando dois homens que arrastam um armário causam grande perturbação nos que os rodeiam. Mais do que nas curtas-metragens anteriores, as composições visuais de Polanski encontram-se aqui fortemente desenvolvidas, particularmente nas flutuações focais acima e abaixo da linha do horizonte e na utilização que faz do espelho do armário para criar um enganador humor visual. Tal como em todos os seus trabalhos deste período, o filme contém muito pouco diálogo, algo que Polanski considerava não ser necessário numa curta-metragem.
LÂMPADA
1959, 8'
“Lâmpada” é uma obra surreal sobre um construtor de bonecas que trabalha na sua suja e apertada oficina, que acaba por arder – talvez pela mão das malévolas bonecas.
OS ANJOS CAEM DO CÉU
1959, 20'
“Anjos” é o seu mais elaborado e íntimo retrato inicial de uma personagem solitária. Uma idosa, trabalhadora de uma casa de banho pública, relembra o seu passado devastado pela guerra, enquanto imagens a preto e branco do sombrio ambiente são sobrepostas às suas memórias de cores luxuriantes. Esta obra foi aceite como o seu filme de fim de curso, mas Polanski não chegou a redigir o ensaio escrito obrigatório, não tendo, consequentemente, conseguido obter o seu diploma.
THE LUDWIK SARSKI ORCHESTRA
Coletivo artístico polaco fundado por dois multi-instrumentistas e compositores: Damian Szymczak e Piotr Tomala. Os artistas combinam estilos como jazz, ragtime, tango, swing ou klezmer. Atuam com sucesso na Polónia e no estrangeiro. As atividades da Ludwik Sarski Orchestra incluem concertos de câmara e apresentações ao vivo de suas músicas originais para filmes mudos de Buster Keaton, Charlie Chaplin, Roman Polanski, Aleksander Hertz e outros.